auster, p. sunset park.

“De fato, eu queria me tornar uma pessoa melhor. Esse era o X da questão. Me tornar melhor, me tornar mais forte – tudo muito digno, eu suponho, mas também um pouco vago. Como é que a gente sabe que se tornou uma pessoa melhor? Não é a mesma coisa que ficar na faculdade durante quatro anos e receber um diploma para provar que a gente passou em todos os cursos. Não há um jeito de medir os nossos progressos. Então eu continuei, sem saber se estava melhor ou não, sem saber se estava mais forte ou não, e depois de um tempo parei de pensar no objetivo e me concentrei no esforço. (Pausa. Mais um gole de vinho.) Será que isso faz algum sentido para você? Fiquei viciado na luta. Eu me perdi de mim mesmo. Continuei fazendo, mas não sabia por que estava fazendo.”

AUSTER, Paul. Sunset Park. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. pp. 236

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