maratona noah baumbach – parte I.

Para quem não conhece, Noah Baumbach nasceu em 1969, é um diretor americano de cinema independente, nascido no Brooklyn, em Nova York. Filho de dois críticos de literatura e cinema, é o terceiro de quatro irmãos. Fez seu primeiro filme com 26 anos, nos anos 2000 escreveu com Wes Anderson dois filmes, ganhou prêmios e foi indicado ao Oscar com The squid and the whale. Casou-se com Jennifer Jason Leigh, tiveram um filho, mas já se separaram. Agora ele é namorado da Greta Gerwig (sortudo!). Seu último filme co-escrito com Gerwig, Frances ha, estreará comercialmente em maio desse ano e ele já está trabalhando em mais um filme, While we’re young.

Diferente do seu amigo Wes Anderson, que cria mundos fantásticos, absurdos e personagens que só existem naqueles contextos, os filmes de Noah Baumbach são extremamente reais – da forma mais dolorosa de real possível.

Avisando que antes desse projeto, eu já havia assistido os três principais filmes do Baumbach. Então, a experiência agora vai ser um pouco diferente, de menos descobertas que a do Wes Anderson.

Segue o jogo. O primeiro filme que assisti foi:

1. The squid and the whale, 2005

Esse é um dos meus filmes preferidos, não só do Baumbach, mas dos meus filmes preferidos mesmo. É um filme que a crítica diz ser auto-biográfico, mas… Ok, podem ter elementos da vida do cara, mas obviamente não é fiel a isso. Noah Baumbach convidou Wes Anderson para dirigir esse filme, mas ele disse que o filme era bastante pessoal e que Baumbach deveria fazê-lo. Que bom que o Anderson teve essa perspicácia.

vlcsnap-2013-01-06-10h51m34s238O filme conta a história do processo de separação de um casal e como seus dois filhos lidam com isso. Tudo acontece na década de 80. Tanto o pai e a mãe são escritores, então, além de uma separação normal ser dolorosa, tudo só piora com os egos dos dois que são enormes e que interferem em tudo.

A cena inicial do filme mostra o casal e os filhos jogando tênis e o filho mais novo, Frank, diz: “Mom and me versus you and dad.” Essa fala já mostra todo o relacionamento entre os pais e os filhos, como o mais velho tomou o lado do pai e o mais novo, da mãe.

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Não sei nem começar a dizer em quais aspectos esse filme é tão bom e o motivo de merecer atenção. Primeiro as cores, os tons terrosos, de uma família de intelectuais, de pessoas pretensamente sóbrias. A interpretação de Jesse Eisenberg, o filho mais velho e de Owen Kline, o filho mais novo. O final, como só nos útimos minutos nós entendemos o que o título significa. Como os pais são infantis e não fazem a menor ideia de como lidarem com a separação. E como machucam os filhos absurdamente durante esse processo. Tudo é muito real, plausível e acontece diariamente com várias famílias. É isso que eu gosto do cinema do Baumbach. A realidade representada, dando uns tapas na nossa cara. E os filmes são tristes, tristes…

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Minha cena preferida: quando o filho mais novo diz para o pai (professor universitário e escritor), que não gosta de cinema e livro cabeçudos… Que ele é um filisteu igual o professor de tênis.

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